quarta-feira, 13 de abril de 2011

Existe uma filsofia em África?


Segundo o teórico, se se considerar o modus vivendi africano, não há dúvida de que há uma visão de mundo. Mas, conforme salienta, uma verdadeira filosofia caracteriza-se pela idéia de sistema, que pressupõe, ao mesmo tempo, a síntese e a abstração, duas características pouco freqüentes na África negra, no dizer do teórico.

Uma verdadeira filosofia, na visão ocidental, além da idéia de sistema, necessita também de justificação lógica. E, como lembra Aguessy, exige um distanciamento do pensamento sobre si mesmo para melhor julgar. Para a cultura tradicional africana, essa exigência não procede, pois, sentindo-se parte integrante do universo, o homem africano não vê necessidade alguma de adotar uma postura crítica em relação a este.

Para o africano, pois, ao se trabalhar em bases puramente conceituais, buscando sistematizar e descrever toda uma realidade em profusão e dinamismo, já não se estaria falando dessa realidade em devir, em contínuo processo de mudança. Isso,porém, não o impede de ref letir sobre essa realidade.Todavia, se o termo “africana” da expressão “filosofia africana” busca distinguir uma espécie local de filosofia, parece não haver nenhuma boa razão para se supor que a resposta seja positiva. Assim se expressa Appiah (1997) em suas ponderações: “Por que haveriam os zulus, os azandes, os haussás e os achantis de ter os mesmos conceitos ou as mesmas crenças sobre os assuntos a respeito dos quais os conceitos são usados para pensar e discutir? A rigor, eles não parecem tê-los.

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